Você se vê como realmente é?

No decorrer de minhas observações e análises, tenho observado que as pessoas tem se tornado muito críticas e intolerantes, e o que percebo é que todas essas reclamações são originárias de um ponto: a visão de si, o autoconhecimento. É notável como as pessoas “acham que pensam” certas coisas, “acham que tem” certos conceitos, “acham que são” de uma forma.. acham… acham… e não é nada disso a verdade. Vivem em uma constante guerra ideológica interior, se contradizendo e se achando ainda donas da razão. Esse perfil é daquele tipo de pessoa que adora discutir, que sempre tem a opinião muito firme, sempre sabe de tudo, sempre está muito seguro do que está falando. São aquelas pessoas que criticam tudo e todos, é quase um vício fazer um comentário sobre o outro. O orgulho. São os orgulhosos. Estão sempre se sentindo – de alguma forma – incompreendidas e não param para observar que as reações que a vida tem em relação a elas são frutos de uma semente que elas mesmas plantaram. A vida é implacável, não tem compaixão.

Pessoas orgulhosas são na verdade inseguros, sem ideologia, sem lógica estabelecida em seu dia-a-dia. São confusos, sofrem normalmente de baixo estima e tem um espírito de competitividade gerado pela inveja e pela sensação de nunca ser adequado. Evidentemente, para se defender do que seria se olhar no espelho, criam uma “persona”, uma máscara. Apenas uma forma de se defender de si mesmas. Seria algo terrível ter que encarar e ver como são de fato, então seus mecanismos de defesa agem. Nessas situações, essa visão errônea que criam, alivia e auxilia a viver consigo de forma mais suportável, entretanto essa “fraude” de si mesma REPELE as outras pessoas.

O que nos atrai em alguém? A espontaneidade, o carisma, a naturalidade, a segurança, a ideologia, a lógica, o bom papo, a cultura, a capacidade de argumentar aceitando a divergência. Mas esse perfil de pessoa de quem estou falando, além de orgulhosa, é mimada. Ela não aceita opiniões contrárias ao que ela pensa. Se alguém contraria a opinião, fica nervosa ao ponto de nem dormir direito.

Peraê gente! Vamos pensar direito? Primeiramente, o motivo que você acha tão relevante a opinião do outro. Em segundo lugar, porque outras pessoas não podem ter visões e pensamentos diferentes. E em terceiro, e principal ponto: porque isso te afeta tanto?

O diferente normalmente é algo muito atrativo. Seu cérebro pode estar pensando:

– Discordo, semelhante atrai semelhante, não diferente!

Essa regra refere-se aos nossos poderes energéticos de magnetismo. E é um argumento meio complexo de se usar. Pense que se você já sofreu alguma grande decepção na vida, está também inclusa nessa lei natural. Ou seja, você atraiu, você é o responsável. Se foi traído, é porque permitiu e incentivou, por exemplo. Então temos que tomar cuidado com convicções sem analisar de forma lógica a regra. As regras da vida são absolutamente matemáticas.

Na situação que me refiro, a pessoa é atraída por pessoas que tem ideias similares, entretanto, a partir do momento que começam a SE VER nessas pessoas, ou fica monótono, ou criam uma aversão instantânea. Perde o tesão! E a lógica é simples: se você não tem uma visão real de si, quando perceber uma característica que se assemelhe ao que você é, vai odiar, seus mecanismos de defesa inconscientes irão recusar aquela presença pois ela é perigosa (pode te fazer enchergar que é tudo aquilo que critica nos outros). A regra de aproximação de semelhante vai funcionar sim, mas para deixar você rodeado(a) de pessoas tão problemáticas quanto você.

Será que você se enquadra nesse perfil? Questione-se:

– Qual a sua função na terra?

– Porquê você é importante aqui?

– Costuma discutir muito com as pessoas e ficar zangado(a) quando contrariam sua opinião?

– É dependente de alguma religião ou passa a maior parte de seu tempo tentando justificar – sem argumentos pessoais – as situações utilizando conceitos religiosos?

– Está sempre mudando de visual? Parece que nunca está bom?

– Tem dificuldades para manter relacionamentos sérios e duradouros?

– As vezes se sente sozinho(a) mesmo estando com um monte de gente ao meu lado?

– Questiona fatores filosóficos-religiosos que acredita, e depois volta atrás por se sentir “errada”, “pecador(a)”?

– Quando vê um vídeo em que foi filmado(a) acha que está feio(a)?

– Acha sua voz esquisita ao ouvi-la em uma gravação (secretária eletrônica, karaokê etc.)?

Se você respondeu sim para 4 questões, você certamente se enquadra nesse perfil!

Mas porquê as pessoas chegam nesse ponto? Porque as pessoas conseguem desenvolver esse comportamento, se o bem mais precioso que possuem são elas mesmas? Como você é capaz de se considerar tão pouco? Vou explicar.

Independente da religião da sua família, existem certos conceitos “pseudo-cristãos” que já estão impregnados em sua vida social; assim, você em teoria já é fruto de um pecado (o pecado original). Mesmo tendo algum conhecimento espiritualista mais avançado, você foi ensinado que tem que lidar com karmas, tem que pagar por falhas que cometeu. Você é sempre o(a) errado(a), está sempre temendo o que vem pela frente e já foi programada(o) que é uma pessoa má, que é fruto do mal, que tenta fazer certo e nunca sai como quer.

NUNCA SAIRÁ COMO VOCÊ QUER, PORQUE ESSA PERFEIÇÃO NA EXISTE!

Isso precisa estar muito claro. Eu fazer você acreditar que “está bom mas podia ser melhor” é a forma de ter controle sobre você, de estar superior à você, pois você vai sempre estar na dependência de algo acima, sempre vai ver “juízes” em tudo que executa. Já deve ter ouvido algo parecido com “quem ri muito hoje, amanhã chora”. Ou seja: “não seja feliz porque depois você vai sofrer”. Que tipo de condicionamento mental destrutivo é esse? Não posso ser feliz para não sofrer? Absurdo. Muito brasileiro isso.

Perceba que sua mente está completamente desgastada, pois seu cérebro provavelmente chegou a um ponto que está incontrolável: tornou-se um vulcão. Ele não pára, ele não dá trégua, ele não dá sossego. Vira quase uma neurose ou uma esquizofrenia (e se você não se cuidar vira mesmo). Tudo que está ocorrendo você tenta interpretar, tudo que te falam você questiona mentalmente se é verdade e tenta arrumar “contradições” na opinião alheia, e por aí vai.. pensa, pensa, pensa, pensa, pensa… quando a cabeça não está no trabalho, está na crença religiosa, ou no namorado(a) ou na falsidade de fulano, ou na “piranhice” de cicrana, ou na sexualidade do João, e pensa, pensa, pensa… e tudo continua igual: você exaurida(a), no mesmo lugar, com uma vida sem sentido pra si mesmo(a) e infeliz. Veja a quantidade de energia que você gasta com NADA!

O nome disso é HÁBITO! Você se habituou a pensar em tudo, todo momento, todo segundo, toda circunstância. Não deixa seu espírito fluir, está atrapalhando seu desenvolvimento.

VOCÊ NÃO É O SEU ESPÍRITO, SEU ESPÍRITO NÃO PENSA COMO VC!

Esse é um ponto muito importante. Temos uma tendência errônea de acreditar que nossa personalidade está relacionada com nosso espírito. NÃO ESTÁ! Seu espírito tem conceitos muito diferentes do seu, vem para uma encarnação com objetivos. Ele não foi criado pelo seu pai e sua mãe, não tem os traumas que você teve, portanto ele é outra pessoa (antes de ser você). Claro que ele vai absorver tudo isso, entretanto, ser espiritualizado é agir com o espírito, é deixar o espírito trabalhar, não nossa mente. Perceba que você é sua mente, nada mais que isso. Corpo é o de menos. Mente é mais. Se você sofre um acidente e fica com algum tipo de deficiência, o que vai importar é sua mente (vai encarar isso numa boa, ou se fazer de vítima da vida?).

Nossa mente é completamente louca e autodestrutiva.

Temos que estar sempre nos observando, do contrário, você acaba se tornando uma pessoa amarga, irônica (num sentido negativo), sozinha, insegura, feia, sem capacidade de atração, ignorante, evitada etc. O motivo é simples: o que você tem de mal, você pratica com o próximo. Tudo o que você faz, é porque existe em você. Se você sente vontade de uma feijoada, é porque já conhece o gosto! Se você nunca provou uma lagosta, provavelmente não falará sobre ela, pois nem conhece, não faz parte de você. Como vou dizer “que vontade de comer uma lagosta gratinada”  se nunca comi? Vou ter vontade de outras coisas, menos do que nunca experimentei e nem lembro que existe. Claro, quando provar terá uma opinião. Enfim, o que quero dizer é que tudo que reconhecemos no próximo, existe em nós. TUDO!

Porém, você não está fazendo o mal (ou criticando o próximo) porque é má! Você faz com os outros, o que você habitualmente faz com você mesma(o), aí sim é um hábito! Sermos nós mesmos é muito trabalhoso! Termos uma visão real e nos aceitarmos com qualidades e defeitos é trabalhoso. TUDO NA VIDA É TRABALHOSO!

Será que você se colocou de lado? Criou uma falsa versão de “você para você mesma(o)” e assim tem vivido: olhando no espelho e vendo outra pessoa?

A minha proposta é que você reflita sobre tudo isso, porquê chegou a hora de se auto-reformar! Agora é o momento de você se olhar no espelho e aprender a se ver como é, não com defeitos e qualidades, mas com CARACTERÍSTICAS  que a(o) fazem única(o)! Chega de ser arrogante (eu deveria, eu deveria, tinha que ter feito, tinha que…). Quem fala muito “eu deveria” é arrogante, quer estar sempre certo, e está matando o espírito. Tá comprando uma passagem de volta, isso se não for expurgado para outro planeta.

Você só tem que ser você, viver de acordo com a sua natureza, com a sua verdade e respeitando seus limites. Você só tem você. Nasceu sozinho e vai morrer sozinho. Quando algo te incomodar em alguém, volte seus pensamentos para você e encontre aonde está aquela característica dentro da SUA personalidade. USE A PROJEÇÃO COMO MÉTODO DE AUTO-CONHECIMENTO!

Todo mundo é bom em alguma coisa. Você tem que investiver no que você faz bem. Querer ser bom em alguma coisa na qual o outro se destaca é cobiçar, é invejar.

Evidentemente, em tudo é necessário um limite. Autoestima não é se colocar em situações ridículas por não se enxergar. Autoestima é respeitar-se, e ter uma visão REALISTA de quem é você.

Ha algum tempo atrás, recebi um vídeo que demonstra as situações ridículas que você pode se colocar não tendo uma auto visão real. Você tem que estar moderado, não se achando o máximo, nem se achando o mínimo. É simples isso, tudo está na cabeça.

Vergonha alheia nível 5:

Autoestima ou falta de noção de ridículo? Parece piada!

 

Ela deve achar que canta bem, pois considerou o fato de cantar uma “surpresinha”. Realmente, foi uma surpresa! Desagradável, vexatória, bizarra.

O exercício de hoje é ser você tentar ser você. Refletir sobre quais são os seus sonhos, sobre quais são suas características positivas, quais são suas limitações. O que você faz muito bem? O que você queria fazer, não faz bem, mas não admite que existam pessoas melhores?

Você é sua responsabilidade. Se está tendo muitas decepções, reflita: POR QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO CONSIGO MESMO(A)? Os outros não tem nada a ver com isso!

Observe-se e faça as pazes com você mesmo. Comece a se amar! Aprecie-se! (mas com uma visão real de si mesmo(a), senão cai no ridículo)!.

Até a próxima!

 

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